O transporte público coletivo em Guarujá está em greve por tempo indeterminado. Porém, para preservar o direito da população, a Justiça do Trabalho determinou, em decisão liminar, o funcionamento de 100% da frota nos horários de pico (das 6 às 9 horas e das 16 às 19 horas) e 50% nos demais períodos.
A medida foi proferida pelo desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira, atendendo solicitação da empresa. Ao todo, 643 trabalhadores pararam, sendo 367 deles motoristas. Nos horários de pico, 136 ônibus estão em circulação. Nos demais horários, apenas 68.
A empresa ofereceu reajuste de 6,5% nos salários e benefícios, retroativos à data-base de maio. Mas isso, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região, não contempla o vale-refeição reivindicado de R$ 40,00 por dia e a cesta-básica mensal de R$ 177,60.
O vice-presidente do Sindicato, Betinho Simões, lamenta que a empresa provoque uma paralisação e recorra à Justiça Trabalhista “por tão pouco” - R$ 2,67 por dia no vale e R$ 7,20 na cesta.
Além dos 367 motoristas operacionais, há 66 funcionários auxiliares e de fiscalização. Na manutenção, 150,
incluindo limpeza, mecânica, elétrica, borracharia e funilaria. Mais 40 administrativos e financeiros.
A frota tem 149 veículos, sendo 136 em circulação e 13 na reserva. Há 36 linhas diurnas, duas delas gratuitas, e cinco noturnas. Betinho diz que espera o atendimento das reivindicações durante o dia.
O pedido, segundo ele, se baseia na recomposição do salário mínimo, que foi reajustado com a inflação de um ano mais 2,5% de aumento real -que a empresa não quer repassar, mesmo dividido entre salário e benefícios.
City
A City Transporte lamenta pois segundo nota, apesar da nova proposta salarial apresentada, que prevê reajuste linear de 6,5% nos salários e benefícios dos trabalhadores, a categoria decidiu entrar em greve.
“A proposta da CITY contempla a recomposição integral da inflação com ganho real e supera a média de reajustes firmados por outras concessionárias do setor. A divergência atual se restringe aos valores da cesta básica e do vale-alimentação”, explica a empresa.
A City ressalta que não há atrasos nem pendências financeiras com os colaboradores e que segue aberta ao diálogo com o Sindicato, buscando uma solução responsável que valorize os trabalhadores e preserve a continuidade de um serviço público de qualidade para a população de Guarujá — compromisso mantido desde o início de sua atuação no município, em 2019.
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